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Entrevista com o filósofo Mário Sérgio Cortella

Entrevista com o filósofo Mário Sérgio Cortella

Vivemos num mundo cheio de inovação, onde estão todos conectados, mas mesmo assim, a maioria de nós se sente sozinho. A Depressão é considerada o mal do século. Tanto que todos os dias ficamos sabendo de pessoas que acabam tirando a própria vida.
Por isso perguntei ao Cortella como ele vê e analisa esse momento que estamos vivendo.

 

 

 

 

 

 

 

Palestra “Cenários turbulentos, mudanças velozes: negação, proteção ou superação?”

Depois da entrevista, Mário Sérgio Cortella, palestrou durante 1h30 no 1º Fórum Empresarial organizado pela JValério e Fundação Dom Cabral. O tema ministrado foi “Cenários turbulentos, mudanças velozes: negação, proteção ou superação?”

 

E aqui eu tento, apenas tento, apresentar algumas ideias explanadas por ele.

 

Numa palestra leve, com momentos de descontração e risada, ele falou em como tudo que consideramos óbvio pode ser um perigo. Segundo ele porque o óbvio é confortável. Mas nem sempre o obvio é tão obvio assim. Para exemplificar ele lembrou que o Facebook e Orkut foram criados no mesmo ano, para quem viveu naquela época tinha certeza de que a plataforma do Orkut era maravilhosa. Mas como nem tudo é tão obvio assim, hoje nem existe mais Orkut e o Facebook é uma das maiores empresas do mundo. Ele comentou que para sair do obvio, para estar sempre se renovando, aprendendo precisamos ficar longe da arrogância. E para isso “temos que prestar atenção naquilo que está a nossa volta”.

O mesmo exemplo do Facebook e Orkut serviu num momento em que ele falou sobre a diferença entre ser velho e antigo. Hoje o Orkut é velho, ultrapassado, parado e o Facebook antigo, mas que sempre se renova. Nesse raciocínio Cortella disse que uma pessoa idosa é diferente de uma pessoa velha. Afinal de contas em qualquer idade podemos estar velhos, mas idoso é só aquele que passa dos 60 anos.

 

“Velho é diferente de idoso, assim como alguma coisa é antiga mais não é velha”

 

 

Sobre os conflitos da vida, ele usou uma frase que merece destaque: “Eu não luto a tua luta. Eu danço”.  E diante dos desafios o ditado popular pode cair bem “Tudo que não souber desligar, não ligue”. Sempre contado algumas historias do cotidiano dele, e arrancando risadas dos ouvintes. Afinal de contas como ele lembrou a palestra de 1h30 foi o tempo todo falada, com ele em pé e de um lado para outro do salão de ventos, igual antigamente, sem imagens, tecnologias ou equipamento para palestras.

E o que é tendência hoje pode não ser amanhã, como a barba que antigamente era moda, passou um tempo, foi considerada ultrapassada e agora é atual. Nessa hora ele brincou com a própria aparência.

E conclui “não ficamos mais velhos, porque não nascemos prontos. Vamos formando durante a vida.”

 

 

 

 

 

 

Sobre Sucesso

Para discorrer sobre o sucesso, Mário Sérgio Cortella usou um dizer do Beda (conhecido também como Venerável Beda, foi um monge inglês ) “A três caminhos para fracasso, não ensinar o que se sabe, não praticar o que ensina, não perguntar o que se ignora”. E a partir daí concluiu que são três caminhos para sucesso:

  1. Generosidade mental
  2. Coerência ética
  3. Humildade intelectual

 

Temos que ter generosidade mental para ensinar o que sabemos, coerência ética para fazer tudo aquilo que ensinamos e humildade intelectual para buscar o conhecimento. Procurar o que não conhece. Buscar em qualquer lugar, são varias fontes de aprendizado.

E para aqueles que querem um pouco mais, a audácia é essencial: levanta enfrenta. Se prepara e vai em frente. Mas ele fez um alerta! “Não devemos confundir audácia com aventura”. Afinal de contas, não somos infalíveis. E é preciso lembrar que um incompetente com iniciativa é um risco.

Sobre o que pode arruinar o sucesso de qualquer um ele citou um dos pecados capitais. A acídia, mais conhecida como preguiça. Preguiça de fazer o que tem que ser feito. Segundo ele Bento de Núrsia, um monge, o famoso São Bento tinha um lema: “reza e trabalha”. Porque nada adianta rezar e não trabalhar, assim como trabalhar sem a fé não nos leva adiante. E continuou no assunto falando que uma das regras do mosteiro de São Bento era: “É proibido resmungar”. E nesse momento Cortella impactou falando que todo resmungão é vagabundo, todo vagabundo é pessimista. É aquela pessoa que senta espera dar errado. Já o otimista tem trabalho. Não desiste.

 

Para terminar o filósofo e professor falou que num mundo de mudança alguém tem que fazer alguma coisa. Esse alguém somos nós. Temos que mudar aquilo que envelhece, que não serve pra mais nada. Para isso, “não devemos deixar que aconteça envelhecimento da prática da cabeça e da ação”.

É necessário lembrar de Shakespeare que escreveu em uma das suas peças “ou nada ou afunda” que remete a nossa obrigação da escolha. E se você não tem dúvidas está mal informado

“No nosso cotidiano temos que ser capaz de lembrar que é proibido resmungar. Em qualquer circunstância ou nada ou afunda. É junto dos bons que se fica melhor.”

Cortella começou e terminou com o ditado do caipira “É junto dos bons que você fica melhor” e no final ele complementou dizendo que “Nunca somos bons por inteiro sozinhos”.

 

 

 

 

 

 

 

P.S.

Tentar descrever como foi a palestra do filósofo e Professor Mário Sérgio Cortella foi a maneira que encontrei para guardar esse momento incrível, o que me alegra é que ele volta para Curitiba mais duas vezes esse ano. E de tantas coisas que ele falou, levo pra vida o questionamento diário:

Qual seus planos para futuro?

E o que você está fazendo hoje para que isso aconteça?

 

 

 

 

 

Gostou???

 

Carol
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